quinta-feira, 23 de julho de 2015

A Alice que se perdeu.

"Não nasci para ser o amor da vida de ninguém."
Repeti isso tantas vezes que acabou se tornando uma verdade.
Sou aquela que sempre irá receber um arremedo de afeição;
As sobras de um amor desgastado por outrem;
A que recolhe os cacos dos amores partidos e tenta fazer um mosaico meio desfigurado para si.
Fadada a ser sempre uma válvula de escape, um step, uma tapa buracos.
Vou ser sempre a não-amada, nem mesmo uma mal amada pra me lamentar e chorar de armagura.
Não precisam sentir pena de mim. Eu não sinto.
Sei que todas as vezes em que acreditei no impossível, Deus me acordou com um tapa, uma queda, e riu da minha ilusão.

São 4h05 da manhã*, eu choro e ainda não dormi por que sei dos sonhos que não quero ter, por que sei que vão me fazer sofrer.
Meu Anjo se afastou de mim;
Me revelou a verdade e me deixou sozinha pra expiar minha dor.




Dessa vez não é sobre ninguém, é apenas sobre mim. 
É sobre quem eu devo me acostumar a ser de agora em diante.


"...
E quando chega a noite e eu não consigo dormir
Meu coração acelera e eu sozinha aqui
Eu mudo o lado da cama, eu ligo a televisão
Olhos nos olhos no espelho e o telefone na mão

Pro tanto que eu te queria, o perto nunca bastava
E essa proximidade não dava
Me perdi no que era real e no que eu inventei
..."

A Noite_Tiê

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