sexta-feira, 27 de março de 2009

Falsas impressões sobre a vida e a morte.




O que é tão certo quanto a morte?
O que é tão... inexorável?
O que nos causa conformidade, dor, desespero, angústia e certeza?
O que, de todas as coisas, nos causa mais ânsia e medo?
O que é tão atemporal quanto o próprio tempo?
Eu só consigo pensar nesta antítese: a vida.
Ela é tão certa, tão exata, quanto a morte que muito tememos.
Tão precisa, tão perfeita, tão... presente.
Faz-se estimável, mas é na verdade o que menos se deseja, pois justa e ceirteiramente seu destino é a morte.
Infeliz paradoxo...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Para ler, rir ou chorar...

Todo mundo sabe que meu vício é ler, que sou blogueira de carteira assinada (isso não é verdade, mas se fosse eu estaria rica - ou quase), e que uso os meios tecnológicos - como a internet - para melhor atender ao meus anseios. Ou seja: qualquer coisa que tenha uma frase completa e que faça sentido, tô lendo, não importa o meio.
Nessas "andanças", à caminho da minha conta de email, entre o site provedor e suas notícias, me deparei com esse blog, que tem um certo "discurso" que eu achei curioso e, de certa forma, me identifico:

http://olhometro.com/2009/03/24/voce-gosta-mais-de-assistir-show-de-rock-ou-de-batata/

Leiam, se puderem. A graça não é comentar, mas sim, ficar rindo de canto e pensando: "não é que é verdade mesmo?" ou "como eu odeio esses tipinhos, urgh!", ou coisas assim.
Vale a pena pela crítica, e pela reflexão.
E tem links legais pra quem gosta de resenhas, música, entretenimento e coisas do tipo.
Eu mesma, "de link em link", só estou indo dormir agora, às 03:00 da manhã.
Mas, vício é vício, né, gente?



domingo, 22 de março de 2009

2+2 = 00011198716520918127273630001


Existem algumas coisas na vida de que você realmente gosta, algumas de que você gosta muito e outras que você simplismente venera. Algumas dessas coisas você imagina que não conseguiria viver sem a existência delas. Dá pra imaginar você sem nunca ter ouvido uma canção, um acorde, ou aquela voz característica da sua banda favorita? Aquela que tem sempre uma música pra cada ocasião da sua vida, cada segundo do seu dia, cada fase, cada relacionamento ou momento de introspecção? É claro que dá. Mas você simplismente se nega a fazê-lo, e por quê? Porque, meu amigo, minha amiga, você é um ser absolutamente emocional e dependente de. De tudo. Nós nos apegamos a tudo, nos apaixonamos por tudo, tudo é motivo pra ser a razão das nossas vidas.
Comigo não seria nada diferente. Eu estou aqui, às 00:009 escrevendo estas mal traçadas linhas para poder expressar o meu imenso amor por uma das bandas mais fodas que o universo já conheceu: RADIOHEAD.
Claro, você deve ter imaginado que eu falaria da "sua" banda favorita, mas o Radiohead não é só a minha banda favorita.
É a minha bíblia, e Tom Yorke é o meu Jesus Cristo. Heresia? Não: compreensão, total e absoluta.
Hoje ele está contando a minha história, cada lágrima, cada riso, cada ida ao fundo do poço, cada ressurgimento, cada preocupação, cada inspiração, cada expiração, cada eu. Pra milhares de pessoas que eu não conheço, que nunca vi e provavelmente nunca verei, mas que tem a mesma certeza que eu tenho: ele leu meus pensamentos. Ele sentiu a minha dor. Ele entrou nos meus sonhos e viu o que ninguém mais viu.
Nunca imaginei que chegaria o dia em que eles estariam aqui tão perto, tocando suas canções, vociferando suas palavras e eu não estaria presente em corpo físico. Mas é isso, a vida não é feita só de realizações.
Na verdade a vida não é feita de realizações. Tudo não passa de um sonho, turbulento, angustiante e inacabável.
Por que nunca acaba, nunca, nem mesmo quando morremos, até mesmo quando isso acontece o sonho de alguém continua e muitos outros nascerão e continuarão.
E o Radiohead está tocando no Brasil. E eu não sou uma das mais de 100 mil pessoas que os viram e ouviram de perto, frente a frente, sem um vidro ou outra barreira que nos separe.
E eles vão fechar a noite com "... what the hell am I doing here? I don't belong here."
Eu também não pertenço a esse lugar, nem a lugar nenhum.
E minha alma está onde vocês estiverem...








*Devaneios de uma fã frustrada que não foi ao show da sua banda preferida.
Adivinha o que eu tô ouvindo?
Sem mais.

sábado, 21 de março de 2009

Reflexão ou devaneio?

Essa noite não dormi muito bem, uma puta dor de dente, dor de cabeça por conseguinte, um calor infernal e os relâmpagos (que só eu vi, por ironia do destino) iluminando meu quarto inteiro. Ah, e tinham as baratas que resolveram "passear" pelos meus livros, bem na cabeceira da minha cama. Eu não durmo com um barulho desses, literalmente.
Mas esse não é o real motivo do meu relato ínfimo.
Quero mesmo falar sobre o Equinócio de Outono.
Primeiro dia do outono, em 2009, no Hemisfério Sul, ocorreu no dia 20 de março às 08h44min (Horário de Brasília). O Sabbat do Equinócio do Outono (também conhecido como Sabbat de Outono, Mabon e Alban Elfed), é o Segundo Festival da Colheita e a época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas. Também é a época de agradecer, meditar e fazer uma introspecção. De acordo com o mito antigo, no dia do Equinócio de Outono, Hades (o deus grego do Submundo) encontrou-se com Perséfone, que colhia flores. Ficou tão encantado com sua beleza jovem que, instantaneamente, se apaixonou por ela, agarrou-a, raptou-a e levou-a em sua carruagem para a escuridão do seu reino a fim de governar eternamente ao seu lado como sua imortal Rainha do Submundo. A deusa Deméter procurou, por todos os lugares, sua filha levada à força, e, não a encontrando, seu sofrimento foi tão intenso que as flores e as árvores murcharam e morreram. Os grandes deuses do Olimpo negociaram o retorno de Perséfone; porém, enquanto ela estava com Hades, foi enganada e comeu uma pequena semente de romã, tendo, então, que passar metade de cada ano com Hades no Submundo, por toda a eternidade.
E foi nisso que eu estive pensando durante minha madrugada em claro, nessa volta pra dentro de mim, nesse retorno ao submundo... eu acho impressionante como, mesmo afastada há um tempo da magia e dos Sabbats da Roda do Ano Celta, eu vivencio cada mudança de estação, como cada aspecto da minha vida é influenciado por esses ciclos que se fecham e se iniciam ininterruptamente.
O Mabon está sendo claro e forte pra mim esse ano, e eu ao menos acendi uma vela em intenção aos Deuses e a passagem do verão para o outono...
É uma época de equilíbrio, onde o dia e a noite têm a mesma duração.
Talvez os equinócios sejam, de todas as mudanças de estação, os que mais me perturbam, por alcançarem em um dia o que eu busco a minha vida toda: equilíbrio. Equidade.

Feliz Mabon, feliz colheita...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sobre como não ser.

"Era apenas mais um dia, como outro qualquer, como muitos outros haviam sido.
Um dia comum, cheio de pessoas comuns, coisas comuns, situações comuns.
E uma pessoa comum vivia a sua vida comum.
Mas, ao abrir os olhos, ela viu que não era dia. E viu que nada era comum.
Como ela pode sentir falta de uma época que não viveu?
De pessoas que não conheceu, de batalhas que não enfrentou?
Como pode ter esquecido esse sentimento, essa força, essa coragem que a move?
Acha a vida muito curiosa...
Ela tenta se manter em certos padrões de normalidade, mas não é nada fácil quando é necessário cada vez mais cortejar a insanidade.
E aí? O que fazer?
Tentar arrumar tudo de novo, e ir buscar respostas quando todas as perguntas já foram mudadas?
Ela desiste. Ela sabe que qualquer um em seu lugar também desistiria.
Não há ninguém pra lhe salvar."

[Every you, every me - Placebo]

terça-feira, 10 de março de 2009

"Sou dos que vêem o copo metade cheio, sempre."

Então, mesmo vazio, o copo está metade cheio. De nada.
A que grande conclusão eu cheguei.
Eu sou mesmo um prodígio (em fim de carreira, diga-se de passagem).

quarta-feira, 4 de março de 2009

InSuRto


"Ela pediu mais uma xícara de café [a terceira naquela noite] enquanto esperava que aquele sentimento passasse. Era uma coisa estranha, um medo bobo de voltar pra casa, de se olhar no espelho, de se ver sozinha. Não - de se perceber sozinha.
Tamborilou os dedos sob a mesa, os da mão esquerda; a colherinha tilitou no pires branco com uma flor cor de goiaba desenhado. Fingia estar desinteressada no mundo à sua volta: nas pessoas, no clima, no lugar, nas horas passando...
Quanto tempo havia? Será que já havia passado? Será que já era hora de voltar?
Olhou o fundo da xícara. Já era a terceira, pensou. E se ela pedisse mais uma? Seria conveniente, reconfortante até certo ponto, mas não seria prudente.
Fugir assim... onde já se viu?
E que horas eram aquelas? Por que parecia que já fazia um ano se ela só estivera ali por 3 horas?
Se viu diante da quarta xícara, o café rodopiando no fundo, a colher também a girar, involuntariamente; como seus pensamentos. e como o seu medo de ser sozinha aquela noite, pelo resto da sua vida.
De fato as noites se multiplicam, se repetem e são irremediavelmente irreversíveis.
Como tudo que é um engano."


Pare de pensar, pare de sentir, pare de sonhar, pare de ser assim...
Ser você é um câncer. Eu sou esse câncer.
Você não é nada.
Só um nó que eu não consigo desatar.

[...]