quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Everything's not lost*

When I'm counting up my demons
Saw there was one for every day
With the good ones on my shoulders
I drove the other ones away


So if you ever feel on neglected
If you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost


 When you thought that it was over
You could feel it all around
And everybody's out to get you
Don't you let it drag you down


'Cause if you ever feel on neglected
If you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost


If you ever feel on neglected
If you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost


And singing it out
Oh oh oh yeah
Oh oh yeah
Oh oh yeah
And everything's not lost
So come on yeah
Oh oh yeah
Come on yeah
And everything's not lost...




Feliz aniversário, Jeane.


*Coldplay, e mais uma música que me faz chorar

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Emotion Sickness*

Há tempos eu não tenho essa sensação...
Nunca me senti tão pequena diante de tudo, diante do mundo.
Queria tanto ser como os outros, e não ver além do que se tem pra ser visto.
Hoje, queria muito não ser eu.



Não tenho o que começar, mas estou certa de que o fim não está perto.




"Erupt again ignore the pill and I won't let it show
Sacrifice the tortures orchestral tear cash-flow
Increase delete escape defeat it's all that matters to you
Cotton case for an iron pill
Distorted eyes when everything is clearly dying


Burn my knees and... (3x)
E-motion sickness
Addict with no heroine
E-motion sickness
Distorted eyes when everything is clearly dying


Burn my knees and...
Burn my knees and pray. (2x)
[All my friends say]
Get up (7x)
Won't you stop my pain!


E-motion sickness 
[To idle with an idol]
Addict with no heroine, good things will pass
[It helps with excess access]
Lessons learnt
E-motion sickness [Lost no friendship]
[Corrosive head pollution]
Lessons learnt"

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sol de Primavera

 Composição: Beto Guedes / Ronaldo Bastos

Quando entrar setembro, e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou, juntos outra vez.
Já sonhamos juntos, semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar.
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho.
Mesmo assim, não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor, só nos resta aprender...



Dia 09/09/09.
Um dia de equilíbrio, universalidade.
Pensar e refletir, equilibrar, equalizar.
Auto-analisar.

Meu dia perdido, e sem sol.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Adaptação.

Queira mais.
Queira sempre mais.
Mesmo que não mereça, queira.
Na pior das hipóteses, você acaba conseguindo.
E merecendo o que tanto quis...

domingo, 30 de agosto de 2009

pílula nº 3

Assista à um filme classificado como comédia e chore como se estivesse assistindo à um drama.
Você acabará percebendo que, de comédia, a sua vida não tem nada, como o filme que você acabou de assistir.
Lição, moral da história, mensagem do "filme", etc, etc, etc...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Tudo Sobre Você***




Queria descobrir, em 24hs, tudo que você adora, tudo que te faz sorrir.
E num fim de semana, tudo que você mais ama.
E no prazo de um mês, tudo que você já fez.
É tanta coisa que eu não sei...

Não sei se eu saberia chegar até o final do dia sem você!

E até saber de cor, no fim desse semestre, o que mais te apetece, o que te cai melhor.
Enfim eu saberia: 365 noites bastariam pra me explicar por que,
Como isso foi acontecer...

Não sei se eu saberia chegar até o final do dia sem você!
Por que, em tão pouco tempo, faz tanto tempo que eu te queria.






***Zélia Duncan

domingo, 16 de agosto de 2009

How to disappear completely*

Sempre achei difícil me perder em mim mesma, hoje já acho impossível me encontrar em mim.
Uma coisa é você ter certeza de quem é, outra é ter certeza de quem você quer ser.
Os desejos são mais perigosos que os medos. Desejo impreterivelmente causa um certo receio, mas o medo não lhe causa desejo algum, a não ser o de se livrar dele.
Tenho tido uns dias confusos, uns pensamentos indecorosos, os quais não ouso compartilhar aqui.
Mas, deixo registrado que, se algum dia houve em mim um desejo de morte que me causasse tanto medo da minha coragem, este é o dia. Estes são os dias.
Meu maior inimigo, quem diria, é um desejo meu.
Neste momento luto pra que minha covardia seja maior que a minha coragem, que me permita o desejo de viver um pouco mais, ainda que eu tenha a certeza de que não valerá a pena, pois tudo há de permanecer igual.
E é isso que não me satisfaz mais:
O que vai permanecer igual.







*That there, that's not me,
I go where I please.
I walk trhough walls, I float down the Liffey.
I'm not here, this isn't happening...
I'm not here, I'm not here.

In a little while, I'll be gone,
The moment's already passed, yeah it's gone.
And I'm not here, this isn't happening...
I'm not here, I'm not here.

Strobe lights and blown speakers,
Fireworks and hurricanes
I'm not here! This isn't happening!
I'm not here, I'm not here...









Tristeza não tem fim?
Tem sim.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Depoimento.

"Me deixa saber que você precisa de mim.
Há uma verdade em seus olhos dizendo que você nunca me deixará.
O toque de sua mão diz que você vai me levantar onde quer que eu caia.
Você diz isso melhor quando você não diz nada.
Ao longo do dia eu escuto as pessoas conversando alto, mas quando você me abraça forte, você afoga a multidão.
Mesmo que eles tentem, eles nunca poderiam definir o que é dito entre o seu coração e o meu!" ♥ ♥ ♥



;***

sexta-feira, 17 de julho de 2009

.

Vou fugir, me esconder, me camuflar;
espero estar preparada, e espero descansar
onde o mal não possa me alcançar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu não esqueço nada.*

Vejo você de tão longe, que só eu sei que é você, só eu sei te ver.
Lembro de tudo que houve, de tudo o que ia haver.
Do que não foi nada dentro dos nadas que havia.

Porque eu não esqueço nada, a não ser de te esquecer...
Nem ao meio-dia, nem de madrugada.
Eu não esqueço nada; eu não esqueci.

Nem o alívio do fim, nem o delírio do começo, nem um dia comum.

Você me trata tão bem, mantém meu coração ferido.
Vou lhe fazer um pedido: não fique perto de mim.
Porque eu não esqueço nada, a não ser de te esquecer...
Nem ao fim do dia, nem de madrugada.
Eu não esqueço nada; nem vou esquecer.




Não era pra ser assim, não era pra doer tanto.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nem sei bem o que escrever...
A vida tem me pregado cada peça, e eu caindo de boboca que sou.
Tenho a impressão de que está tudo errado, tudo fora do lugar, e que eu não sou capaz de recolocá-los.
É aquela estranha dor nos ossos, frio na espinha, vontade de sumir.
Ansiedade misturada com receio.
Esse enjôo, a boca amarga, a saliva escassa.

"Meu coração não quer deixar meu corpo descansar."

De novo.


Deus, por favor, me esqueça!!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mais uma canção.*

"Nada vai mudar entre nós. Como eu sei? Eu só sei.
Tudo vai permanecer igual, afinal, não há nada a fazer.
Eu não nego, eu me entrego, você é meu grande amor!
E hoje eu vou te dizer: Eu te amo!
Eu imploro, eu te adoro, você tem meu coração a bater pra você mais uma canção.

Como pode alguém perder você, como eu fiz? Como eu quis não te ter?
Vivo iludido a acreditar que o amor não se pôs em você.
Eu me entrego, eu não nego, eu errei, mas sou capaz de fazer sua vida melhor.
Tô voltando, não sei quando, pra roubar seu coração!
Vou chegar no final de mais uma canção."

*Los Hermanos








Como eu queria que tudo fosse perfeito, que tudo fosse simples...
O amor é uma droga.
=/

sábado, 13 de junho de 2009

"Obrigado por me curar da minha ridícula obsessão por amor!" *

"Quando Ártemis era pequena, Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em um dos seus aniversários.

Ártemis respondeu:

- Quero correr livre e selvagem com meus cães pela floresta e nunca, nunca me casar.

Foi feita a sua vontade."
 



Absolutamente contrário ao mito de Ártemis, o Santo "de hoje" é bastante cultuado por aquelas jovens (e nem tão jovens) donzelas (e nem tão donzelas) que sonham em arranjar um 'senhor seu marido', namorado, conjugado, alguma coisa do tipo. No que alcança o meu ínfimo conhecimento religioso, Santo Antônio é o padroeiro oficial das enca... digo, das moças que desejam casar de véu, grinalda e buquê. É conhecido, inclusive, pela alcunha de 'Santo Casamenteiro'. Enfim... achei legal fazer a associação, porque eu me identifico muito com a Deusa Ártemis, mas não perco uma trezena de Stº Antônio!!! E apesar de nunca, nunca querer me casar, eu já estou na idade de pensar se vale mesmo a pena continuar correndo livre e selvagem com meus cães pela floresta...
*Christian, aos berros, deixando para trás uma Satine desolada.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Valentine's Day


Romeu & Julieta é sina de quem não tem um amor, um alguém.
É amor utópico, imaginário, preso num continente etéreo de ilusões e anseios.
Sorte de quem tem o seu Romeu, ou de quem vê morrer a sua Julieta, por amor, por devoção e prazer.
Antes dela não havia o amor, não havia o querer tanto e tão bem.
Antes dele, nenhum cavalheiro arrebatara seu coração, seus sonhos e suspiros.
E nenhuma história, nenhum destino, nenhum laço de amor se tornou tão forte e atemporal.


Para o Dia dos Namorados, o meu sincero voto de longevidade.
Apaixonem-se, hoje e sempre.


"I wanna have control;
I wanna a perfect body, I wanna a perfect soul."


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Estúpida.

"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim , a mim que sou cego : isso é aquilo que vê , essa é a matéria que vê . Toco os dois olhos sobre a mesa , lisos , tépidos ainda , arrancaram há pouco, gelatinosos , mas não vejo o ver . É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito , e desbocado e cruel , manchado de tintas , essas pardas escuras do não saber dizer , tento amputado conhecer o passo , cego conhecer a luz , ausente de braços tento te abraçar."

(...)

"Te amo, ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara me faça menos osso e mais verdade."


[Hilda Hilst]






Ela tem mesmo traduzido meus dissabores, sem sabê-los, pois vivera antes destes acontecerem, desta tal forma... mulher, como eu. De certa forma todas sentimos iguais, apesar de tão diferentes em essência.
A madrugada e seus efeitos catastróficos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sempre aflita...

"Lágrimas nos olhos, de cortar cebola."

É o máximo de sentimentalismo que consigo manifestar. Me tornei uma concha completamente oca por dentro. Não sei mais suspirar pelos cantos, imaginar sensações, me vestir de espera.
Quanto mais me regalo aos prazeres da razão, mas me afasto da inebriante entrega da paixão.
E, totalmente contraditória, espero você se decidir.




"I am lost, so I am cruel
But I'd be love and sweetness
If I had you, I'm waiting, I'm waiting for you
I'm waiting, I'm waiting for you"





[Milk - Garbage]

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quanto mais penso no futuro, mais certeza tenho de que o passado é um lugar seguro.
Minha capacidade de ficar sozinha por muito tempo me torna cada vez mais distante de mim, e das pessoas que eu amo. Quanto mais tempo passo comigo, mais me afasto de mim.
Não é individualismo, nem egoísmo, é uma condição do espírito. Uma exclusão necessária das coisas e das pessoas que eu dependo, pelo menos por um tempo.
Não tenho a força de uma grande mulher, e não sei o que quero de verdade.
E tenho medo de ficar só.

E tenho cada vez mais certeza de que eu sou um paradoxo... irônico, sarcástico, estranho.
Um paradoxo infeliz.

"Eu tenho medo de cobras,
Já tive medo do escuro...
Tenho medo de te perder."

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fix You*

Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso ao contrário.

Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas acaba desgastando.
Pode ser pior?

Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu tentarei te consertar

Bem no alto ou bem no fundo.
Quando você estiver tão apaixonada para deixá-lo ir.
Se você nunca tentar, nunca vai saber
O quanto você vale.

Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar

Lágrimas rolam no seu rosto
Quando você perde algo que não pode repor
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Lágrimas rolam pelo seu rosto
Eu te prometo que vou aprender com meus erros
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...

Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar


*Eu penso nessa música há dias, e pensei nela essa madrugada toda. Vi e revi o vídeo milhões de vezes, chorei, cantei junto. Pensei em colocar a letra em inglês, mas quando eu ouço essa música, quando eu "vejo" ela, todas as coisas que ela me faz sentir, todas as sensações que ela me transmite, tudo que ela significa de fato me fazem perceber como é simples, fácil e absolutamente lindo amar alguém assim. Ponto para o Chris Martin.
Ah, e eu não estou apaixonada.
Ainda.
:)


O link do vídeo:





[Fix You - Coldplay]

sábado, 23 de maio de 2009

Da série: EU ODEIO

Odeio promessas, odeio quem as faz, odeio acreditar nelas.
Não tenho mais dez anos pra ficar esperando que elas se cumpram, nem doze anos pra ficar decepcionada uns dias e depois esquecê-las.
Eu odeio promessas porque eu sei que elas são apenas mentiras cheias de floreios.
Elas vêm acompanhadas de olhos brilhantes, lábios doces, sorrisos sarcásticos.
Odeio promessas por criarem em mim expectativas, e eu odeio expectativas.
Odeio acreditar nas pessoas; elas sempre me decepcionam.
Dessa vez não acreditei nas promessas que me foram feitas, e mesmo assim me senti iludida.
Mais uma vez a imbecil foi enganada.
E mereceu, por se revelar demais.
Não acredite em promessas, são só mentiras disfarçadas de sinceridade.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O vômito, o pânico.


O meu silêncio não tem nada de inocente.
Perdi o direito de sentir culpa por tudo.
Não vale a pena ter desejos...
No final, do que resta, ficam só os segredos.
Cada vez mais curto vai ficando o dia.
Enquanto isso, aqui na Terra, as pessoas se olham sem se verem.
O som que Deus criou são apenas as batidas descompassadas do meu
corazón roto.


Que demodée, estou completamente por fora.

sábado, 9 de maio de 2009

Prece

Me corrija, me esconda, me deduza, me desculpe.
Não deixe que eu perceba, ela vem tão lenta e sorrateira...
Estou perdendo minha sanidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Immerse your soul in love...

Meu mantra, por todo o sempre.

Os Dois Anciãos

Sentado no limiar dos dias, dois anciãos aguardavam a visita da morte. Seu tempo estava se esgotando. Ambos haviam nascido na mesma terra, no mesmo ano e em famílias com idêntica condição social. O primeiro, concluída sua preparação para a vida, escolheu uma companheira. E foi pai de uma grande prole. Seus netos também contavam-se nos dedos de várias mãos. Sua propriedade e seu patrimônio foram crescendo a partir do zero. E conquanto a ruína e a calamidade tenham assolado sua casa por diversas ocasiões, aquele homem sempre soubera levantar-se. E embora a sombra da dúvida freqüentemente invadisse seu coração, o primeiro dos anciãos procurou a verdade muitas vezes. Mas jamais teve consciência de havê-la encontrado e muito menos de havê-la possuído. O primeiro ancião chegou à praia da vida com a alma fatigada. Arrasada de tanto cair e pôr-se de pé. Desalentada após os esforços empreendidos com os problemas. Sem saber ao certo se sua vida fora um êxito ou um fracasso. Curvado sob o peso de tudo que desejara aprender e não pelo que já conhecia. Decepcionado, em resumo, porque jamais tivera a Verdade ao alcance de suas mãos. O segundo ancião ao contrário, teve uma vida tranqüila. Jamais chegou a concluir seus estudos. Mas tampouco preocupou-se especialmente com isto, e deixou-se levar pela inércia da vida. Viveu primeiro dos bens dos pais e, por último dos bens de seus irmãos e amigos. Viveu sozinho. Não aceitou a responsabilidade de uma família nem quis enfrentar os problemas de quem tem filhos. Não quis correr riscos. Tampouco jamais foi visto na linha de frente da aventura ou dos negócios. Sua vida acabou reduzindo-se ao círculo de seus próprios pensamentos e costumes, ambos tão limitados quanto corretos. E também ele chegou ao fim do caminho, sem cansaço nem melancolia. Sem dúvidas especiais. Sem frio nem calor, sem problemas... Chegando o momento, apresentou-se diante de ambos a face sem traços da morte. O Anjo da morte envolveu o primeiro ancião e convidou-o a entrar na grande nau, já pronta para uma nova viagem. Com o segundo ancião foi diferente, ele foi repelido pelo Anjo.Quando este lhe perguntou o motivo, o mensageiro da luz respondeu: "Para solucionar os problemas do outro lado, é preciso haver aprendido primeiro a resolver os deste". Talvez a evolução pessoal não dependa exclusivamente do passar dos anos...

- J. J. Benitez -(Texto extraído do "Livro dos Sonhos" – do pesquisador e escritor espanhol J. J. Benitez - Editora Record).

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Todo mundo é Deus.


"Passo a língua pelos lábios, sinto o gosto do sal e do sangue; um gosto insalubre, nem doce nem cítrico... agridoce. Uma incerteza passeia em minha mente: "é este o gosto que sentimos ao nascer? Ou será o gosto da morte?"
Muito tempo se passa até que eu sinta os membros inferiores formigarem, sinto a textura da areia, os grão caminham desgovernados sobre minha pele.
Não sei o que é razão ou o que é sentido: tudo faz parte do sonho, que outrora permeara meu sono e minhas alucinações. Me faço acordar, a água já sufocando-me, à adentrar minhas narinas..."





Isso bem poderia ser um pesadelo, ou parte da poesia por vezes dramática do Sr. Edgar Alan Poe. Mas não o é. São minhas estas palavras, é meu este desespero, é mesmo tudo parte de um sonho indesejado e inoportuno.
O mar, por muitas vezes, fora o cenário dos meus piores pesadelos; agora é a praia. O mar e seus comparsas: as ondas, o sal, a areia.
Permita-me, Deus, não mais sonhar com o que tanto temo. Pois, das coisas que eu deveria saber, sei que o que estar por vir, o que quer que seja, virá pelas águas revoltas do mar.
À ponta do abismo, os rochedos apanham; a ressaca não há de passar tão cedo.
Ele me olha de volta, me chama... fecho os olhos.
Ainda não é hora de me entregar.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

SAMHAIN


Samhaim (pronuncia-se "sou-en"), também chamado de Halloween, Hallowmas, Véspera de Todos os Sagrados, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Festival da Colheita, é o festival em que se comemora a passagem do ano dos celtas. Marca o fim do ano velho e o começo do ano novo. O Samhain inicia o inverno, uma das duas estações do ano dos celta; o início da outra estação, o verão, é celebrado no festival de Beltane. Este festival, Samhain, era chamado de Samonios na Gália. Segundo alguns autores, grande parte da tradição do Halloween, do Dia de Todos-os-Santos e do Dia dos fiéis defuntos pode ser associada ao Samhaim. O Samhaim é a época em que acredita-se que as almas dos mortos retornam a casa para visitar os familiares, e para buscar alimento e se aquecerem no fogo da lareira. Alguns autores acham que não existe nenhuma evidência que relacione o Samahin com o culto dos mortos e que esta crença se popularizou no século XIX. Segundo o relato das antigas sagas, o Samhain era a época em que as tribos pagavam tributo se tivessem sido conquistadas por outro povo. Era também a época em que o Sídhe deixava antever o outro mundo. O fé-fiada, o nevoeiro mágico que deixava as pessoas invisíveis, dispersava no Samhain e os elfos podiam ser vistos pelos humanos. A fronteira entre o Outro Mundo e o mundo real desaparecia.
O poder de magia pode ser sentido no ar, nessa noite. O Outro Mundo se coaduna com o nosso conforme a luz do Sol baixa e o crepúsculo chega. Os espíritos daqueles que já partiram para o outro plano são mais acessíveis durante a noite de Samhain.
Samhain ocorre no pico do Outono. É o tempo do ano em que o frio cresce e a morte vaga pela Terra. O Sol está enfraquecendo cada vez mais rapidamente, a sombra cresce e as folhas das árvores estão caindo, numa preparação ao Inverno que chegará. Essa é a última colheita, o tempo em que os antigos povos da Europa sacrificavam seus gados e preservavam sua carne para o Inverno, pois esses animais não podiam sobreviver em grande escala nesse período do ano devido ao frio vindouro. Só uma pequena parte, os mais viris e fortes, era mantida para o ano seguinte.

Samhain é a noite em que o Velho Rei morre e a Deusa Anciã lamenta sua ausência nas próximas seis semanas. O Sol está em seu ponto mais baixo no horizonte, de acordo com as medições feitas através das antigas pedras da Britânia e da Irlanda, razão pela qual os Celtas escolheram esse Sabbat, em vez de Yule, para representar o Ano-Novo. Para os Antigos Celtas, esse dia sagrado dividida o ano em duas estações, Inverno e Verão. Samhain era o dia no qual começavam o Ano-Novo celta e o Inverno, por isso era um tempo ideal para términos e começos.

O Deus finalmente morre, mas sua alma vive na criança não-nascida, a centelha de vida no ventre da Deusa. Isto simboliza a morte das plantas e a hibernação dos animais, o Deus torna-se então o Senhor da Morte e das Sombras.
Samhain é um festival do fogo e é a entrada para a parte sombria e fria da Roda do Ano. É em Samhain que as fogueiras são acesas para que os espíritos do outro mundo possam encontrar os caminhos para partirem ao Outro Mundo (País de Verão).

Samhain celebra o final do Verão, governado pela Deusa. (O nome Samhain significa "Final do Verão"). A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos (1o de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos. É observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas destinadas a morrer naquele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samhain. Pensava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam-se lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malévolos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Hallows eram esculpidas em nabos.Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.Outro antigo costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes. Era no Samhain que os druidas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertilidade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais. Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte; entretanto, de acordo com uma lenda antiga, a má sorte cairá sobre todo aquele que fizer pão nesse dia ou viajar após o pôr-do-sol.

Mais uma vez me preparo pra encerrar o que não pude completar, e começar um novo caminho. Tudo o que era velho se foi, é passado, morre com o Deus-Sol retornando ao País do Verão. Me preparo para o que há de vir: aqui começo mais um Ano Sabático, minha nova jornada, meus passos de iniciante. Que seja o ano próspero, que as sementes plantadas agora sejam fecundadas, que dêem frutos viçosos mais à frente. Não há razão para desistir; eis aqui uma nova chance, um novo começo.
Que queime o que eu não mais preciso; que vingue o que eu agora desejar.
"Feliz encontro, feliz partida, feliz encontro outra vez."
O Círculo está aberto, mas não está rompido.
Feliz Ano Novo, feliz Samhain.

domingo, 26 de abril de 2009

Versinho...

"Saudade é um parafuso
Que, na rosca, quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo não vai.
E, se enferrujar por dentro,
Pode quebrar, mas não sai
."


Não sei quem é o autor desse poeminha, mas lembro que minha então colega de classe, Carol, no meu 1º ano no Cefet-Ba, recitou-o, nós duas sentadas na Praça Vermelha, à filosofar sobre a vida. E juro, é bem assim que hoje eu sinto a saudade, um parafuso que enferrujou por dentro desta rosca frouxa que é o coração...

[Why does it always rain on me? - Travis]

sábado, 25 de abril de 2009

É estranho...
Eu estou com febre.
Dor, uma vontade de chorar, e febre.
Meus Deus! Há quanto tempo não tenho uma febre assim, sem mais nem menos?
O que está acontecendo?
O que foi que eu fiz?
Algo não está bem. Tenho medo que ela volte, venho tendo uns sonhos estranhos, sentindo o vazio no coração, a cabeça cheia e o peso do mundo em minhas costas.
Estou deveras assustada com essa febre...
Que não seja ela o calor, presságio da morte, fim do infinito.
Meu Deus! Estou delirando... esse gosto estranho na boca...
Quando eu acordar espero que tenha passado.
A febre, e o presságio.
Que tenha passado a dor.


[A via-láctea - Legião Urbana]

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Última chance: se mate!

Me lembro de quando eu tinha sonhos, de quando fazia planos, de almejar alcançar algo... uma época frustrante. Irritante. Inútil. Não realizei os sonhos, não concretizei os planos, e se cheguei ao alcance do que almeijei uns 10mm, estive muito mais perto do que poderia imaginar.
Não, eu juro que não é rabugice. Eu realmente não me lembro qual a vantagem de ter ficado com cara de bocó, olhos esbugalhados e boca cheia de dentes, esperando por algo que nunca aconteceu.
Tenho medo dessas coisas inesperadas que acontecem. E se elas, como que por mágica, resolverem se dissolver na minha frente como nuvem? Esfarelar, sumir, virar pó? E se eu descobrir que estive dormindo todo esse tempo, e que tudo não passou de um mero sonho, devaneio tolo?
Minhas angústias não se resolvem com aspirina. Sou alérgica.




[A wolf at the door - Radiohead]

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"Perder-se para achar-se."
E sei que de se perder ela entende bem, se perde em pensamentos, em sentimentos, devaneios, reações... Vez em quando se encontra em alguma dor que não é sua, em alguma ferida que nela não sangra, em algum vão de mundo.
Mede suas forças sempre sentada na escada, os degraus lhe mostrando a saída, ela pensando em não parar. Onde se vende coragem em lata? Onde se compra convicção em cápsulas?
Ela precisa saber. Ela não vai voltar pra casa hoje.

"Don't get any big ideas
They're not gonna happen
You paint yourself white
And feel up with noise
But there'll be something missing

Now that you've found it, it's gone
Now that you feel it, you don't
You've gone off the rails

So don't get any big ideas
They're not going to happen
You'll go to hell for what your dirty
mind is thinking"

...

[Nude - Radiohead]

quarta-feira, 1 de abril de 2009

I might be wrong*

"This machine will not communicate
These thoughts and the strain
I am underBe a world child, form a circle
Before we all go under
And fade out again and fade out again...

[...]

Immerse your soul in love."

(by Radiohead)


Dias quentes, difíceis, vazios.
Mais um dia, mais um mês, vamos lá, que comece tudo outra vez.
A mesma coisa, sempre. A mesma vida.
Imersa sua alma em amor...





*Título e trecho não correspondem à mesma obra, mas ao mesmo autor.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Falsas impressões sobre a vida e a morte.




O que é tão certo quanto a morte?
O que é tão... inexorável?
O que nos causa conformidade, dor, desespero, angústia e certeza?
O que, de todas as coisas, nos causa mais ânsia e medo?
O que é tão atemporal quanto o próprio tempo?
Eu só consigo pensar nesta antítese: a vida.
Ela é tão certa, tão exata, quanto a morte que muito tememos.
Tão precisa, tão perfeita, tão... presente.
Faz-se estimável, mas é na verdade o que menos se deseja, pois justa e ceirteiramente seu destino é a morte.
Infeliz paradoxo...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Para ler, rir ou chorar...

Todo mundo sabe que meu vício é ler, que sou blogueira de carteira assinada (isso não é verdade, mas se fosse eu estaria rica - ou quase), e que uso os meios tecnológicos - como a internet - para melhor atender ao meus anseios. Ou seja: qualquer coisa que tenha uma frase completa e que faça sentido, tô lendo, não importa o meio.
Nessas "andanças", à caminho da minha conta de email, entre o site provedor e suas notícias, me deparei com esse blog, que tem um certo "discurso" que eu achei curioso e, de certa forma, me identifico:

http://olhometro.com/2009/03/24/voce-gosta-mais-de-assistir-show-de-rock-ou-de-batata/

Leiam, se puderem. A graça não é comentar, mas sim, ficar rindo de canto e pensando: "não é que é verdade mesmo?" ou "como eu odeio esses tipinhos, urgh!", ou coisas assim.
Vale a pena pela crítica, e pela reflexão.
E tem links legais pra quem gosta de resenhas, música, entretenimento e coisas do tipo.
Eu mesma, "de link em link", só estou indo dormir agora, às 03:00 da manhã.
Mas, vício é vício, né, gente?



domingo, 22 de março de 2009

2+2 = 00011198716520918127273630001


Existem algumas coisas na vida de que você realmente gosta, algumas de que você gosta muito e outras que você simplismente venera. Algumas dessas coisas você imagina que não conseguiria viver sem a existência delas. Dá pra imaginar você sem nunca ter ouvido uma canção, um acorde, ou aquela voz característica da sua banda favorita? Aquela que tem sempre uma música pra cada ocasião da sua vida, cada segundo do seu dia, cada fase, cada relacionamento ou momento de introspecção? É claro que dá. Mas você simplismente se nega a fazê-lo, e por quê? Porque, meu amigo, minha amiga, você é um ser absolutamente emocional e dependente de. De tudo. Nós nos apegamos a tudo, nos apaixonamos por tudo, tudo é motivo pra ser a razão das nossas vidas.
Comigo não seria nada diferente. Eu estou aqui, às 00:009 escrevendo estas mal traçadas linhas para poder expressar o meu imenso amor por uma das bandas mais fodas que o universo já conheceu: RADIOHEAD.
Claro, você deve ter imaginado que eu falaria da "sua" banda favorita, mas o Radiohead não é só a minha banda favorita.
É a minha bíblia, e Tom Yorke é o meu Jesus Cristo. Heresia? Não: compreensão, total e absoluta.
Hoje ele está contando a minha história, cada lágrima, cada riso, cada ida ao fundo do poço, cada ressurgimento, cada preocupação, cada inspiração, cada expiração, cada eu. Pra milhares de pessoas que eu não conheço, que nunca vi e provavelmente nunca verei, mas que tem a mesma certeza que eu tenho: ele leu meus pensamentos. Ele sentiu a minha dor. Ele entrou nos meus sonhos e viu o que ninguém mais viu.
Nunca imaginei que chegaria o dia em que eles estariam aqui tão perto, tocando suas canções, vociferando suas palavras e eu não estaria presente em corpo físico. Mas é isso, a vida não é feita só de realizações.
Na verdade a vida não é feita de realizações. Tudo não passa de um sonho, turbulento, angustiante e inacabável.
Por que nunca acaba, nunca, nem mesmo quando morremos, até mesmo quando isso acontece o sonho de alguém continua e muitos outros nascerão e continuarão.
E o Radiohead está tocando no Brasil. E eu não sou uma das mais de 100 mil pessoas que os viram e ouviram de perto, frente a frente, sem um vidro ou outra barreira que nos separe.
E eles vão fechar a noite com "... what the hell am I doing here? I don't belong here."
Eu também não pertenço a esse lugar, nem a lugar nenhum.
E minha alma está onde vocês estiverem...








*Devaneios de uma fã frustrada que não foi ao show da sua banda preferida.
Adivinha o que eu tô ouvindo?
Sem mais.

sábado, 21 de março de 2009

Reflexão ou devaneio?

Essa noite não dormi muito bem, uma puta dor de dente, dor de cabeça por conseguinte, um calor infernal e os relâmpagos (que só eu vi, por ironia do destino) iluminando meu quarto inteiro. Ah, e tinham as baratas que resolveram "passear" pelos meus livros, bem na cabeceira da minha cama. Eu não durmo com um barulho desses, literalmente.
Mas esse não é o real motivo do meu relato ínfimo.
Quero mesmo falar sobre o Equinócio de Outono.
Primeiro dia do outono, em 2009, no Hemisfério Sul, ocorreu no dia 20 de março às 08h44min (Horário de Brasília). O Sabbat do Equinócio do Outono (também conhecido como Sabbat de Outono, Mabon e Alban Elfed), é o Segundo Festival da Colheita e a época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas. Também é a época de agradecer, meditar e fazer uma introspecção. De acordo com o mito antigo, no dia do Equinócio de Outono, Hades (o deus grego do Submundo) encontrou-se com Perséfone, que colhia flores. Ficou tão encantado com sua beleza jovem que, instantaneamente, se apaixonou por ela, agarrou-a, raptou-a e levou-a em sua carruagem para a escuridão do seu reino a fim de governar eternamente ao seu lado como sua imortal Rainha do Submundo. A deusa Deméter procurou, por todos os lugares, sua filha levada à força, e, não a encontrando, seu sofrimento foi tão intenso que as flores e as árvores murcharam e morreram. Os grandes deuses do Olimpo negociaram o retorno de Perséfone; porém, enquanto ela estava com Hades, foi enganada e comeu uma pequena semente de romã, tendo, então, que passar metade de cada ano com Hades no Submundo, por toda a eternidade.
E foi nisso que eu estive pensando durante minha madrugada em claro, nessa volta pra dentro de mim, nesse retorno ao submundo... eu acho impressionante como, mesmo afastada há um tempo da magia e dos Sabbats da Roda do Ano Celta, eu vivencio cada mudança de estação, como cada aspecto da minha vida é influenciado por esses ciclos que se fecham e se iniciam ininterruptamente.
O Mabon está sendo claro e forte pra mim esse ano, e eu ao menos acendi uma vela em intenção aos Deuses e a passagem do verão para o outono...
É uma época de equilíbrio, onde o dia e a noite têm a mesma duração.
Talvez os equinócios sejam, de todas as mudanças de estação, os que mais me perturbam, por alcançarem em um dia o que eu busco a minha vida toda: equilíbrio. Equidade.

Feliz Mabon, feliz colheita...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sobre como não ser.

"Era apenas mais um dia, como outro qualquer, como muitos outros haviam sido.
Um dia comum, cheio de pessoas comuns, coisas comuns, situações comuns.
E uma pessoa comum vivia a sua vida comum.
Mas, ao abrir os olhos, ela viu que não era dia. E viu que nada era comum.
Como ela pode sentir falta de uma época que não viveu?
De pessoas que não conheceu, de batalhas que não enfrentou?
Como pode ter esquecido esse sentimento, essa força, essa coragem que a move?
Acha a vida muito curiosa...
Ela tenta se manter em certos padrões de normalidade, mas não é nada fácil quando é necessário cada vez mais cortejar a insanidade.
E aí? O que fazer?
Tentar arrumar tudo de novo, e ir buscar respostas quando todas as perguntas já foram mudadas?
Ela desiste. Ela sabe que qualquer um em seu lugar também desistiria.
Não há ninguém pra lhe salvar."

[Every you, every me - Placebo]

terça-feira, 10 de março de 2009

"Sou dos que vêem o copo metade cheio, sempre."

Então, mesmo vazio, o copo está metade cheio. De nada.
A que grande conclusão eu cheguei.
Eu sou mesmo um prodígio (em fim de carreira, diga-se de passagem).

quarta-feira, 4 de março de 2009

InSuRto


"Ela pediu mais uma xícara de café [a terceira naquela noite] enquanto esperava que aquele sentimento passasse. Era uma coisa estranha, um medo bobo de voltar pra casa, de se olhar no espelho, de se ver sozinha. Não - de se perceber sozinha.
Tamborilou os dedos sob a mesa, os da mão esquerda; a colherinha tilitou no pires branco com uma flor cor de goiaba desenhado. Fingia estar desinteressada no mundo à sua volta: nas pessoas, no clima, no lugar, nas horas passando...
Quanto tempo havia? Será que já havia passado? Será que já era hora de voltar?
Olhou o fundo da xícara. Já era a terceira, pensou. E se ela pedisse mais uma? Seria conveniente, reconfortante até certo ponto, mas não seria prudente.
Fugir assim... onde já se viu?
E que horas eram aquelas? Por que parecia que já fazia um ano se ela só estivera ali por 3 horas?
Se viu diante da quarta xícara, o café rodopiando no fundo, a colher também a girar, involuntariamente; como seus pensamentos. e como o seu medo de ser sozinha aquela noite, pelo resto da sua vida.
De fato as noites se multiplicam, se repetem e são irremediavelmente irreversíveis.
Como tudo que é um engano."


Pare de pensar, pare de sentir, pare de sonhar, pare de ser assim...
Ser você é um câncer. Eu sou esse câncer.
Você não é nada.
Só um nó que eu não consigo desatar.

[...]

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Uma MEME (embora eu não faça idéia do que isso signifique).

Visitando o blog da Vanessa (Lee), me deparei com esta MEME, que eu achei bem interessante.
Até demorei de responder, mas aqui vai a minha contribuição.

Regras:
1. Agarrar o livro mais próximo.
2. Abrir na página 160.
3. Procurar a 5ª frase completa.
4. Colocar a frase no blog.
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro!!!(Utilizar, mesmo, o livro que estiver mais próximo.)
6. Passar a 10 pessoas.

Tem uns livros no suporte aqui embaixo da mesa do PC, então peguei sem nem ver o que tava pegando.
O livro: Laços de Família, de Clarice Lispector.
Ironicamente, a página 160 é a última página deste livro!
A frase: "Os olhos do búfalo."

Como não conheço assim tantos blogueiros, sintam-se à vontade para fazer a brincadeira! :)
Eu achei bem legal.
E talvez se pudesse escolher, escolheria outra frase. Têm tantas mais bonitas na última página desse livro...
Mas, fazer o quê? Regras são regras.

Espero que gostem!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval from hell!

Minha linda cidade cheia de santos, encantos e axés está parada. Ou melhor, agitadíssima por causa da festa da carne. Todo mundo louco e alvoraçado na rua, atentando contra a vida dos outros e à suas próprias. Carnaval é literamente a festa da carne, viva, dilacerada, sangrando e fresca.
A Mãe Divina nos proteja a nós que não queremos essa energia de carnificina próxima a nós.
Um manto de falsa alegria mais uma vez cobrindo a face da fome, da miséria, da violência... as pessoas perdem a noção do certo e do errado, do perigo, da sensatez. Ninguém é de ninguém e todo mundo está a mercê de todo mundo.
Eu posso estar sendo radical, mas carnaval pra mim só é bom quando acaba. E ainda assim, fico rezando pra não pegar a virose do ano, ou alguma doença estrangeira.
Xenofobia?
Não, amor-próprio. E ao próximo mais póximo.
Melhor parar por aqui... não sei nem o que escrever.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Age of Librian*

Entre tantas coisas que terão que acontecer esse ano na minha vida, uma é muito esperada: o meu tão sonhado primeiro emprego.
Estou a um passo de realizar esse sonho.
E esse é só o começo pra concretizar os tantos outros que ainda tenho e que são muito importantes pra mim.
São etapas que precisam ser vencidas pra que eu possa me sentir realizada, renovada.
Ano novo, vida nova.
Nunca uma frase fez tanto sentido pra mim.
Esse é mesmo meu lema para 2009.
Novo.
Novidade.
Vida.


*Livre adaptação da expressão conhecida como "Age of Aquarius". É claro, que eu sou de Libra.
E esta é minha Era.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

*Para ele.

Ele não sabe. Nem sonha em saber. Eu não contei pra ele.
Perco o chão toda vez que ele está por perto, só de sentir o seu cheiro, de ouvir sua voz, vê-lo de longe...
Me dá arrepio quando vem em minha direção, e fala comigo, aperta minha mão, me beija no rosto. Frio na barriga. Pânico. E ainda não sei como ele não sabe...
Se sorri, desoriento; se fala sério, passando a mão pela cabeça, fico ansiosa.
Me perco, todos os sentidos voltados pra ele, pra onde ele está. E ele não sabe! Nem desconfia!
Como pode?
Ou é distraído, ou muito bobo pra não saber. Bobo eu sei que não, mas essa distração me causa arritmia.
Quando dança, ou cantarola qualquer canção, quando faz aquela cara engraçada... não é possível, só pode ser pra me provocar.
E tantas horas... quantas horas eu perco vigiando seus passos? Quantas eu ganho vendo seus olhos brilharem? Duas amêndoas doces...
Mas ele não sabe, nem sonha em saber. Não sabe.
E eu, talvez por burrice, talvez por egoísmo, talvez apenas por insegurança, não ouso contar-lhe.
Um dia eu digo, um dia eu conto.
Agora me falta a luz.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Entre o longe e o distante...


"Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa
Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa"

[Lenine - É o que me interessa.]


Bendita segunda-feira.
E mais um turbilhão de confusão.
Porque eu só gosto do que é impossível, e dessa vez não é .
E eu estou com medo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Meu sonho confuso.

Nem tão confuso assim. Eu é que complico tudo.

Sonhar dessa vez foi tão bom! E ruim ao mesmo tempo. Por que não era verdade? Por que eu acordei?

Nem sonhando eu imaginaria tanto, estar tão perto, ficar tão perto, beijar tão demorado... e aninhar em meu colo, ouvir contar suas histórias, e fazer cafuné, ficar abraçada sem dizer nada, e olhar e sorrir, adimirando só.

A voz era perfeita, o cheiro, a textura da pele, a música que ouvia na hora, tudo... o clima, o dia, as pessoas transitando pela casa. E eu me perguntava o tempo todo: "´Será que estou sonhando?", e ele dizia "Não é sonho, sua boba, eu tô aqui!" e sorria, feito menino serelepe quando faz alguma traquinagem.

E eu estava realmente boba, olhava deslumbrada, e pensava alto "Isso só pode ser sonho, só pode ser!".

Uma boba. Estava tudo tão perfeito e eu preocupada se era sonho ou realidade.

E depois o beijo... tão estranho no começo, depois foi se encaixando como se sempre o tivera beijado. E eu comecei a ficar perdida, ouvia vozes demais na casa, as coisas foram perdendo a forma, o rosto à minha frente foi se desfazendo... acordei.

E não quis acreditar que tudo fora um sonho.

Porquê? Será que eu não mereço?

Odeio essa impotência, odeio não ter o controle dos meus desejos, dos meus pensamentos.

Lá vem ele de novo, o maravilhoso carrossel de ilusões!

E tudo porque eu não sei dizer se quero que o sonho vire realidade, ou se quero apenas sonho, ou apenas realidade.

Tavez eu não queira nada agora.

Tempo de fugir outra vez, me esconder, te abandonar.










segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Meu mundo caiu...

... e me fez ficar assim..."
Ah, o fim-de-semana! Tanta coisa aconteceu, tanta gente passou por ele... foi muito, muito, bom!
Agitado como há tempos não estivera. Enfim, foi o suficiente pra me fazer perceber como a vida é boa!! Muito boa, por sinal.

Nós realizamos (finalmente!) o amigo secreto da Saca/Cangaceiros da Alegria, e foi impagável. Até Mila esteve entre nós! E pelo visto todos ficaram satisfeitos com seus respectivos presentes.
Sem falar no virote, no macarrão de Tay, na 'testa', no 'eu nunca', no 'abc musical', no 'fui ao sexshop', entre outras coisas que não me lembro, porque cachaça demais apaga umas coisas da nossa memória...
No geral foi tudo bem, e muito mais que divertido, afinal somos os Cangaceiros da Alegria, né?

No domingo, após poucas horas de sono, fui pro show da Malefactor, Minus Blindness e Sepultura. Um baita calor, um solzão, depois chuva, eu e Raíssa, começos, e términos, paquerinhas, nananãs... batemos cabeças, bebemos, demos risadas, olhadas, ignoradas... e tudo terminou bem.
Casa, cansaço, acarajé, sono, Lost, filme, Sobrenatural, cochilo, e enfim, descanso e sonhos...
Acontece que hoje é segunda, meu pescoço dói, meu joelho também, meus pés tem calos (maldita bota), e minha TPM começou!!!
Como eu sei?
Não sei.

Bah, só de uma coisa eu não gostei: ainda estou sem agenda!!!




P.S.: a trilha sonora do fim de semana:
1- Paulinha canta Maysa, em 'Meu mundo caiu';
2- Mulheres sacanas cantam Sílvia Machete em: 'Toda bêbada canta' (nada sugestiva);
3- Los Hermanos, Zeca Baleiro, mixtapes diversas (que ninguém prestou muita atenção);
4- O bom e velho metal 'bate-cabeça'.

E como diria Lord Vlad... stay evil!!! \,,/

sábado, 10 de janeiro de 2009

Primeiro de mais nenhum.


O que é que eu vou dizer?
Não aprendi a dizer o que quero, assim, com convicção.
Mais certeza tenho das coisas que não quero. Delas, sei me desfazer muito bem, e rapidamente.
E agora vem você e me faz querer tanta coisa...
Tanto que já não sei o que quero, nem como dizer que quero, nem se quero.
Confusão. Eis o que você [talvez sem querer] instaurou em mim.
Pra mim é fácil, estado natural da minha alma, da minha cabeça... as minhas idéias são naturalmente confusas.
Andei pensando tanta coisa, tanto tinha pra escrever, e agora...
Eu devo estar ficando louca.
Não, eu devo estar ficando absolutamente louca, parcialmente eu já era, sei disso.
Assim começa o ano, os meus dias, este post.
O primeiro de dois mil e nove.
Será, meu deus, que estou ficando senil?
Tomara não.