sábado, 30 de dezembro de 2017

Pra fechar o ano em que o amor saiu de férias.

No início do ano eu escrevi aqui. Como a entrada dele foi esquisita, insossa, e como eu não tinha muitas expectativas de que fosse ser um ano bom. 2017, regido por Saturno, o agitador, causador do caos no Universo e no seu equilíbrio. Muitos baques, muitas quedas, decepções, descobertas, autoconhecimento, desespero e medo, mas também fé e determinação. Foram muitas surpresas, nem sempre tão boas, partidas que nos fizeram pensar o que é que estamos fazendo de errado... Suicídios, cada vez mais pessoas desistindo da luta contra o leão que devora por dentro. Feminicídios, o medo de viver só por ser mulher, descaso, desprezo...
2017 foi o ano que o amor saiu de férias, literalmente. Mas também provou que você pode encontrar amor nos lugares mais improváveis, nas pessoas mais improváveis, da maneira mais improvável. Uma semente foi plantada, uma nova vida, um ser que ainda nem conhecemos o rosto e já transforma nossas vidas. Mas ela espera esse ano acabar, ela espera 2017 ir embora, e quando o amor voltar de férias ela chegará com ele. Meu balanço é esse: foi difícil, foi doloroso, mas sobreviví. Estamos sobrevivendo.
#vem2018 #vemZoé

domingo, 23 de julho de 2017

Lua Nova, 01/09

Ser lunar é estar minguando e sentir que suas energias estão apenas se renovando, constantemente, num ciclo infinito de altos e baixos.
Estive minguando. E agora sou nova, oculta, obscura...
Não sei bem porquê, mas estive reconsiderando certas convenções sociais, principalmente por causa de uma coisa que aconteceu nesses dias em que estive minguante. Foi um baque perceber o quão desimportante nos tornamos quando se é apenas mais um nome na lista de contatos de alguém.
Uma coisa me incomodou mais do que deveria, e duas frases ecoaram em minha cabeça insistentemente: "Não seja solícita", "Não se importe tanto". E tem como? Tem. É uma questão de exercitar o seu ego, deixar de ser empático, ser menos compreensivo e mais egoísta.
Você não precisa se colocar no lugar do outro, não tem problema, porque o outro provavelmente vai fazer o mesmo sem sequer notar. No automático.
Eu estou cansada das convenções sociais e da necessidade de parecer sociável o tempo todo. Estou cansada da não reciprocidade polida e contínua, displicente e condescendente. Cansada de perdoar o que em mim nunca é perdoado, se por alguma razão cometer tal ato. Vamos seguir sendo um pouco mais por nós mesmos, e menos pelos outros. Vamos seguir fingindo que seu/sua amigo/a não está sofrendo bem diante dos seus olhos, vamos ignorar pedidos de socorro, sutis e/ou desesperados, porque é o que se espera de nós.
É o que temos pra hoje, é o que você precisa começar amanhã.
Aproveite a lua negra, ela vai te ajudar a escolher o que for melhor pra você.

Vamos começar.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Dia 20, uma canção que não vingou

Vidas são superestimadas o tempo todo no mundo. Mas dores são subestimadas o tempo todo nessas vidas... 
Agora, quem estaria celebrando mais um ano de jornada, recebe o outro que também não conseguiu carregar seu cemitério na cabeça. Datas são números, datas são lembranças cheias de significados.
Dia do amigo, não consegui achar graça dessa ironia ainda.
Hoje eu acordei estranha, tão estranha que passei o dia na cama, tomei café ao meio-dia e nem me preocupei com o fato de dali há 1 hora ter que me preparar pra sair de casa.
"Faltar uma aula não vai me matar", foi o que pensei. Mas foi o que me matou, quando em casa e totalmente inerte em minha cama recebi uma mensagem de um amigo que compartilha de um gosto musical muito parecido com o meu.
Não sei se foi pior saber assim, por ele, ou de repente olhar as redes sociais de novo e ver de novo uma notícia triste, que me estragou o dia. Uns lamentando, outros chacoteando, a maioria crédula do fato e uns poucos incrédulos... Aqueles que, como eu, fez de uma música sua, seu hino, seu manifesto pessoal. 
Sem palavras, eu não quero acreditar nessa ironia, não quero acreditar.
Essa sombra nos ronda.
"Não subestime a sua dor."

Happy birthday, Chris. Rest in peace, Chester.






Silêncios são ensurdecedores.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Solstício de Inverno, cresce a noite.

Que contradição, o nascer do menino Deus, do manto azul e dourado, é o marco do início das noites mais longas. E frias. Quem diria?
Yule chega, menino-sol, ainda pequena chama pra aquecer nossa alma do frio que nos ronda, e maltrata, e aperta. O coração anda gelado, a alma, o corpo.
De fato nascer nos traz às dores, mas também às delícias de se viver.
Bem-vindo, Inverno.
Yule, sua luz ilumine as noites mais escuras e muito longas, amém.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Lua Rosa (11.04.2017)

Ela ontem esteve cheia, plena, iluminada e iluminando.
Ela ontem quis me dizer que ainda posso acreditar no amor e nas coisas inacreditáveis da vida e do Universo.
Uma que eu não sei acreditar sem ter provas irrefutáveis.
Outra que não confio em uma senhora que passa um quarto minguado, um quarto crescendo, um dia oculta e outro dia exposta ao máximo.
Ela não sabe me controlar, me conduzir, mas eu sou a maré que ela orienta em todas as fases.
Todas as minhas fases.
Nunca sei o que pedir quando Afrodite me concede um único desejo.
E acabo sem saber o que vou receber mesmo sem ter pedido nada.
Porque Ela sempre dá, mesmo que eu não peça. Ela sempre dá, mesmo que eu não mereça.
E com certeza, Lua Rosa, o que me trouxe foi melhor do que o que eu poderia pedir.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Um Saturno incomoda muita gente...

Estou, de novo, indo dormir esperando não acordar.
Estou, de novo, esperando das pessoas o que elas não são capazes de oferecer.
Estou, de novo, repetindo pra mim mesma não esperar reciprocidade, porque isso não existe.
Estou, de novo, lamentando o sentimento que dediquei e que não foi correspondido.
Estou, de novo, fazendo balanço de início de ano, e do que vejo até agora só tenho motivos pra não acreditar que vá ser melhor que o anterior, e que o anterior ao anterior.
Ainda não sinto a motivação de uma novidade, a virada do ano foi a mais apática que já vivenciei.
Nem quando passei de pijama assistindo TV senti que o tempo foi tão mal aproveitado. C'est la vie.
Mas foi diferente, o ambiente, as pessoas. O fim.
Não faz muito sentido relatar isso agora, mas quero deixar registrado que anos ímpares tendem a serem menos doces do que anos pares, pra mim.
Já escutei que preciso fazer/ser/pensar diferente, tentar coisas novas, mas tudo que me sugerem já é o que faço desde sempre. 
Antes, ser só era mais fácil, menos doloroso. 
Hoje, estar só e ter que me acostumar com isso é que tem sido doloroso.
Difícil dizer para as pessoas da sua vida que elas estão te abandonando, quando a impressão que você passa é de que você as está abandonando. E se abandonando.
Algumas pessoas tem me mostrado, sutilmente, que eu não devo incomodá-las com minhas questões de carência. 
Não precise de ninguém, mas esteja lá sempre que alguém precisar.
É essa relação de "não posso me comprometer" o tempo todo. E isso tem me cansado. de verdade.
Agora, com mais compreensão, eu entendo os motivos pra alguém desistir de viver.
Continuar é muito doloroso, às vezes. E às vezes nem é preciso, se você não suportar por mais tempo.
Preciso acreditar que há um motivo pra não morrer dormindo. Preciso acreditar que há um motivo pra eu aprender que as dores não vão se curar sozinhas, mas que eu vou ter que suportá-las sozinha a maior parte do trajeto.
Perceber-se "a última opção" não é fácil. Mas faz você crescer como ser humano. Como animal sentimental.

Mais um fim para monólogos sem nexo.
Não dá pra transcrever tudo que vem à cabeça...