sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sonho de Consumo

Que setembro seja melhor e supere todas as angústias, medos, inseguranças e azar de um agosto fodido. 




(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Esconderijo*

Procuro a solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
Pensamento sem razão
Procuro esconderijo
Encontro um novo abrigo
Como a arte do seu jeito
E tudo faz sentido
Calma pra contar nos dedos
Beijo pra ficar aqui
Teto para desabar
Você para construir

 *[ Ana Cañas ]

***

Sabe o que me falta?
Amor, e outras drogas pesadas.
Bem quando eu mais quero ensandecer por uma paixão absurda (como todas as paixões são), eu transbordo esse autocontrole racional.
Como sempre, racional demais.
Eu quero enlouquecer, é isso!
Só me basta isso, morrer de amor mais uma vez... mas, o que eu tenho que não consigo?
Se sou tão humana quanto os outros, porquê eu não consigo?
Ando lendo cartas demais, de um bêbado pra uma anti-romântica.
A culpa é do Bukowski, que bloqueia a minha Hilst.

Madrugada - e seus efeitos - catastróficos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Atrás da porta

Abriu os olhos, ergueu a cabeça, olhou ao redor: quem quer que estivesse ali havia desaparecido.
O cômodo estava vazio.
Sentiu a garganta seca doer-lhe; não queria chorar, não mancharia seu rosto claro com linhas negras.
Reprimiu com força as lágrimas, e o grito.
Quando fora que tudo começou a desmoronar? Já se passara meses, semanas, dias, horas... e tudo que ela percebera fora como o silêncio havia crescido. Sim, tudo o que crescera fora o silêncio entre eles, um abismo cada vez maior e mais profundo entre os dois.
Viu as malas prontas em cima da cama.
Tentou não pensar nada, mas seus olhos aflitos o procurou pelo quarto, por toda casa, todo o silêncio.
E ele já não estava.
Sentada, atrás da porta, ela ergueu a cabeça e olhou ao redor: só havia o silêncio.
O choro veio, tingiu tudo de negro, seus olhos desmancharam...
E era o fim.




*Post original: 25/11/10

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aquele que vem

Agosto chegou, com seu jeito manso e devastador.
Não sobrará nada, da pedra ao pó.
Ele veio pra me deixar louca, pra me beijar a boca e fazer a minha pele ficar toda arrepiada.
Veio lindo, sorridente, nem percebi a sua máscara de Inferno Astral.
Agosto, agosto...
Quer rouba os meus sentidos, meu juízo, meu controle.
Me mostrando seus segredos, lindo, lindo...
Impertinente e soberano.
Agosto.
Mal começou e eu já sinto os efeitos devastadores de sua passagem...