sábado, 6 de agosto de 2011

Atrás da porta

Abriu os olhos, ergueu a cabeça, olhou ao redor: quem quer que estivesse ali havia desaparecido.
O cômodo estava vazio.
Sentiu a garganta seca doer-lhe; não queria chorar, não mancharia seu rosto claro com linhas negras.
Reprimiu com força as lágrimas, e o grito.
Quando fora que tudo começou a desmoronar? Já se passara meses, semanas, dias, horas... e tudo que ela percebera fora como o silêncio havia crescido. Sim, tudo o que crescera fora o silêncio entre eles, um abismo cada vez maior e mais profundo entre os dois.
Viu as malas prontas em cima da cama.
Tentou não pensar nada, mas seus olhos aflitos o procurou pelo quarto, por toda casa, todo o silêncio.
E ele já não estava.
Sentada, atrás da porta, ela ergueu a cabeça e olhou ao redor: só havia o silêncio.
O choro veio, tingiu tudo de negro, seus olhos desmancharam...
E era o fim.




*Post original: 25/11/10

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