terça-feira, 13 de novembro de 2012

Lágrimas, letras, talvez um pouco de fé.

Estou triste e não sei como vou dizer isso em palavras. Tem gente que me considera muito boa com as palavras, mas quando tento falar de mim ou de algum sentimento meu, revelo todo o fracasso que sou. Eu sou um fracasso mesmo, desses irrecuperáveis, sabe?
Há uns meses atrás eu cometi um erro, um deslize. "Normal, todo mundo está sujeito a cometer erros." É, eu bem tentei me convencer disso, mas não deu. As palavras que eu ouvi à respeito do meu "erro" me fizeram pensar, esse tempo todo, que eu não sou capaz de fazer coisas boas à ninguém. Mesmo tentando (e olha que eu tento!), esse vacilo me fez perceber que eu não sou capaz de corrigir meus erros, nem mereço uma segunda chance. A vida ensina, bem diz minha mãe...
O fato é que eu faço o que posso e o que não posso pra ajudar quem eu gosto. Tem gente que me ganhou sem nem fazer esforço, sabe? Duas xícaras de conversa e já tinha meu apreço pra vida toda. E quando eu gosto, eu gosto. Você pode me exilar no pólo ártico com sua indiferença que, se um dia eu disse que sou sua amiga, isso vale um escrito. E tem essa minha dificuldade de dizer não. Posso até demorar de atender, mas não digo que não vou fazer. Pro meu azar, ainda não aprendi a lidar com isso, e foi por isso que eu tive essa decepção tamanho XG.
Na intenção de ajudar uma amiga a desabafar sobre seus dilemas amorosos e também discorrer sobre os meus, revê-la depois de um certo tempo sem contato e compartilhar de um momento, por que não dizer, recreativo, eis que eu sugiro o tal encontro. Pois.
Depois de uns acertos sobre local, hora e deslocamento, bate-se o martelo. E no tal dia acertado, eu com meu sono narcoléptico, celular no modo vibratório e pouca luz no ambiente, dormi. Isso umas 6h30, 7h00. E por não ter atendido o celular na hora que devia, por atendê-lo quase às 14hs da tarde e não ter dito o que a pessoa do outro lado da linha gostaria de ouvir, eu escuto: 
- "Normal, Jeane, você sempre faz isso com as pessoas, não é a primeira vez e nem vai ser a última. Eu tenho que ir aqui, tchau."
E foi só. Depois disso, pense num abismo, o maior que você puder. É o que aparenta ser o que restou de relação entre eu e essa pessoa. E não sei se é impressão minha, mas parece que foi um eco, uma praga... porque todas as outras pessoas em comum adotaram o mesmo comportamento em relação a mim. Ah, mas eu devo dizer: impressões erradas é minha especialidade. Pode ser só impressão mesmo...

Bem, o fato é que não importa nada do que passamos, do que fizemos, do que conversamos... não importa nada do que eu fiz de bom: eu furei um encontro por que dormi na hora errada e virei a pior pessoa do Universo. Seja amigo do capeta mas não seja meu amigo!


Eu só não sei por que depois de tantos meses essas palavras ainda ecoam na minha cabeça, e eu ainda sinto falta de uma amizade que talvez só tenha existido pra mim...
Só não queria sentir como se não fosse capaz de mudar nunca, de nunca poder corrigir um erro, me desculpar, me redimir. 

Eu queria ter a segunda chance que todo mundo acha que tem... mas é a vida. 

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