quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Subjeto [trecho]

[...]
O cheiro da flor de abóbora, a massa de seu pólen,
para mim, como óvulo de coelhas.
- Vinde zangões, machos tolos,
picar a fina parede que mal segura a vida,
tanto ela quer viver.
Ainda que não vos houvesse
eu fecundaria essas flores com meu nariz proletário.
- Ora, direis, um lírio ignóbil.
Pois vos digo que a reproduzo em ouro
sobre meu vestido de núpcias, meu vestido de noite.
Dentro do quarto escuro,
ou na rua sem lâmpadas, de cidade ou memória,
um sol.
Como pequenas luzes esplêndidas. 


(PRADO, Adélia. 1987: 27)







Bem-vindo, Setembro!!

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