terça-feira, 17 de junho de 2008

Nenhuma légua submarina.





Quando eu vejo o mar sinto uma angústia...
Não sei, acho que é a sensação de insignificância de ver aquela imensidão toda se estendendo além de mim. E o medo de ser engolida por ela.
Mas a angústia em si é mais pelo simples fato de não saber onde termina toda aquela água, toda aquela vida... o mar pra mim tem uma sinonímia com imenso. Tudo é imenso, extenso, profundo, turbulento.
E claro. Claro como a alma, como o céu, como um cristal.
O mar é como um grande cristal líquido, nunca antes lapidado, mas que assume diversas formas e se transforma na jóia que quiser.
Eu bem sinto é inveja dele...
Queria sim, ser engolida pela grande garganta, de águas quentes, sensações geladas, extensas turbulências.
Só porque sou absoluta e inconscientemente apaixonada por ele.
Por seu corpo claro, de dia verde, ás vezes azul; à noite negro, denso, aterrorizador. E belo, sempre belo.
Talvez sua imensidão me chame, como um abismo chama o corpo que o observa, que o olha de cima. É como se ele gritasse o meu nome e eu não pudesse resistir ao seu chamado e me rendesse...
Estou no fundo agora; congelando, caindo, afundando. Percebo que já está me faltando o ar, minhas pernas já não respondem, e como um peixe numa rede me debato inutilmente, tentando por mais uma vez encontrar a superfície...
Então já é tarde. Não vou mais retornar à terra. O mar, gigante e cobiçoso pelas almas que angustia, já me prendeu na sua rede.
E ninguém mais vai gritar meu nome.

Um comentário:

Pamela Simplício disse...

O mar... ah, o mar!
Não tem nada no mundo que me encante e amedronte TANTO!
Caymmi disse que morrer por lá é doce... será?
Taí uma coisa que eu gostaria de experimentar.
(ó, rimei! :P)
hahahahaha

=***