sábado, 31 de maio de 2008

Chuva e Sol.





Tentei começar pelo começo, mas não deu. As palavras foram se misturando, as frases se desordenando aqui dentro e deu no que deu. Escrevo como se lesse, como um dislexo leria.
Há mais de quinze dias não durmo; não como uma pessoa normal, sabe, oito horas mínimas, seguidas, com sonhos e tudo mais. Nem as minhas habituais quatro horas de sono satisfatórias eu tenho tirado em uma noite. Me tornei, literalmente, o que chamam vulgarmente de zumbi.
Um ser noturno, uma noctívaga de carteira assinada.
Então, não era isso que eu queria, aproveitar a noite? É, queria, mas não como se tivesse cheirado 30g de cocaína pra me manter "ligada" assim, quase vinte e quatro horas por dia. E isso há mais de quinze dias!
Não tô aguentando mais. Meu sistema imunológico tá fraquíssimo, meu sistema emocional abaladíssimo, e o psicológico surtadíssimo. Tudo assim, no superlativo absolutíssimo.
Quando a minha "Terra entra em transe", já era. As coisas fogem do meu controle racional e ceticista, e vira essa profusão de coisas sem nexo, absurdas em toda sua natureza morta.
Eu não sei mais o que escrevo, e escrevo como se sempre soubera o que escrevia. Minha coluna dói, curva, na sua subserviência indigna. Doem joelhos, pernas, pés, mãos, tudo. Até meus cabelos nascendo, e caindo pelos ombros, que também doem.
Ainda tem esse frio de fim-de-outono, esse vento que corta o coração...
Em minha alma agora, um nó.
Não sei de onde vem essa dor, só sei que choro, choro na esperança de ressaquiar e, quem sabe, conseguir dormir. E sonhar. Acordada, não sonho. Nem durmo a mente. Nem sei quem eu sou.
Quem me dera essa cena triste que vejo em frente ao espelho fosse um sonho, e eu acordasse assustada de repente, sentindo uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto. Aconchegante, me fizesse irromper em soluços, depois gargalhadas, depois sono de novo.
Pra morrer, pouco me custa.
Pra viver, menos ainda.
Fico com o que custa menos, pois em tempos de carestia, é prudente ser econômico, até nas pequenas coisas, como viver e morrer.
E por onde é que eu começo mesmo?

Um comentário:

Pamela Simplício disse...

Se eu disser que entendo, vc entende??

ahuahuhaa

Assim... como se fosse uma identificação que eu não sei de onde vem.
Eu gosto d'ocê. :)