"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim , a mim que sou cego : isso é aquilo que vê , essa é a matéria que vê . Toco os dois olhos sobre a mesa , lisos , tépidos ainda , arrancaram há pouco, gelatinosos , mas não vejo o ver . É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito , e desbocado e cruel , manchado de tintas , essas pardas escuras do não saber dizer , tento amputado conhecer o passo , cego conhecer a luz , ausente de braços tento te abraçar."
(...)
"Te amo, ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara me faça menos osso e mais verdade."
[Hilda Hilst]
Ela tem mesmo traduzido meus dissabores, sem sabê-los, pois vivera antes destes acontecerem, desta tal forma... mulher, como eu. De certa forma todas sentimos iguais, apesar de tão diferentes em essência.
A madrugada e seus efeitos catastróficos.
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