sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A lua plena, o útero em fúria, o céu em chamas...

Mensal chegou, a lua ainda fora de curso em Touro, crescendo, enchendo.
Meu útero, traumatizado do meu descuidado comigo mesma, violentamente se debate e expele sangue dolorido, desnecessário.
Na manhã dessa sexta, a lua acordou cheia, e meu útero em luta se esvaiu em sangria coagulada, dor intensa.
Lua Cheia agora em Gêmeos, pede a clareza do falar, expressar o que te come por dentro. Mas não sai.
A dor, a raiva, uma frustração, nada disso passa por minha garganta em nó.
Deveria estar me sentindo leve, mas um peso no peito me deixa angustiada...
Se eu não conseguir chorar, que fique aqui registrado que eu queria.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Ciclando

Mais um mês sangrando em plena lua plena.

E dessa vez a maré não encheu. O mês encerrou e o sangue desceu no último dia de Maio. E vai durar até os primeiros dias de Junho, até chegar de novo em Junho já no seu final.
Quem me dera não ser mulher, quem me dera não buscar sentido pra essa essência cíclica como a Lua que rege meus líquidos.
Só um relato vago de quem ainda tenta se entender com a natureza do seu corpo.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

02 de Desespero

Fevereiro, pós noite de Lua de Sangue Super Cheia e Azul.
Um prenúncio das grandes mudanças. Mudanças que aguardo com minha esperança mais infantil e ingênua.
Foram em noites de Lua Cheia que as melhores sensações foram em mim despertadas, percebidas.
Eu espero o nascer da minha afilhada, e espero o Amor chegar pra mim.
Dia 2, a Lua não é mais tão plena, mas ilumina meu pensamento que não cessa nem quando durmo.
Fevereiro, dia 2, não peço nada à Yemanjá porque sei que não tenho o seu apreço.
Mas peço ao mar, peço ao mundo que é mutável, guie minhas preces até onde elas alcancem o sucesso.
Assim seja, assim se faça.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Dia de Reis

Em mais um sábado, o primeiro do ano de 2018, vejo o quanto uma pessoa pode ser descartável.Ainda que hoje tenha registrado a coisa mais triste pra um começo de ano tão cheio de esperanças na minha agenda do amor, eu ainda sinto que vai melhorar e eu vou descobrir a ser autossuficiente, e a dizer não quando isso for me fazer bem, e não a outra pessoa.
Quantos amigos eu tenho? Poucos. 
Quantos amigos me procuram quando precisam de ajuda? Todos.
Quantos amigos eu encontro quando sou eu quem precisa de ajuda? Nenhum.
Não estou sendo injusta, é a minha realidade. É a desvantagem da empatia, não se tem garantias de que o outro fará por você o que você fez por ele. Aliás, isso não tem muito a ver com empatia, e sim com reciprocidade, ou a falta dela. Mas por que mesmo eu insisto nessa tecla?
Em verdade, eu não tive o melhor começo de ano, de novo. Me apeguei ao bordão "ano da justiça, ano de Xangô", e esqueci de fazer minhas preces, mentalizar meus objetivos, fazer o famoso "pedido de virada de ano". Foi tão rápido, não raciocinei o acontecimento, e a primeira pessoa que abracei não era alguém com quem desejava estar nesse momento tão superestimado pela humanidade. 
Enfim, quando não se pede nada na hora da virada, o ano te dá umas coisas meio merda e você tem que aceitar. Assim é a vida.
Queria morrer dormindo, mas acordei pra festa dos reis magos. São 3, e trazem as boas-novas.
Pra mim, trouxeram as boas tapas na cara.
Bem-vindo, ano novo!